Olá gente, hoje falarei sobre
lendas. E vou falar sobre uma lenda muito corrida e debatida entre os
historiadores, que é sobre o fenícios terem chegado ao Brasil antes de Cristo e
até sobre terem deixado inscrições em pedra. Mas primeiro, vou falar um pouco
de história e sobre quem eram os fenícios.
Bom, se alguém se lembra das
aulas de história vai saber que os fenícios foram um povo que se desenvolveu na
região norte da antiga Canaã, tendo cidades na faixa litorânea dos atuais
Líbano, Síria e norte de Israel. Os fenícios eram um povo extremamente
comercial, os primeiros a desenvolverem um alfabeto, que foi copiado pelos
gregos e assim chegou ao latim do qual deriva o português. A
invenção do alfabeto se deu por motivos comercias, já que antes do alfabeto a escrita era feita por forma de desenhos, o que sem dúvida atrapalhava o comércio. Os fenícios eram organizados em cidades-estados e nunca chegaram a formar um país ou reino, mas ainda assim já dominaram o comércio do mediterrâneo.
invenção do alfabeto se deu por motivos comercias, já que antes do alfabeto a escrita era feita por forma de desenhos, o que sem dúvida atrapalhava o comércio. Os fenícios eram organizados em cidades-estados e nunca chegaram a formar um país ou reino, mas ainda assim já dominaram o comércio do mediterrâneo.
Agora que já expliquei
rapidamente sobre quem eram os fenícios vou falar sobre a teoria em si. Ela é
conhecida como “Teoria da presença de
fenícios no Brasil” ou simplesmente “Fenícios
no Brasil”. A teoria é proposta por vários historiadores que acreditam que
o Brasil foi visitado por fenícios na Antiguidade (dá pra estimar que aconteceu
entre os anos 1000 a.C e 300 a.C), baseados em artefatos e inscrições que foram
encontradas. Além desse testemunho
material, várias semelhanças entre a linguagem e a cultura indígena brasileira
e a antiga linguagem e cultura semita são apontadas como evidência.
Schwennhagen, em sua obra sobre a
história antiga do Brasil, em que expõe uma teoria da presença de fenícios no
território do atual, cita o trabalho de Onfroy de Thoron (Gênova, 1869), que
trata de viagens das frotas do rei Hirão de Tiro, da Fenícia, e do rei Salomão,
da Judeia, no rio Amazonas, nos anos de 993 a.C. a 960 a.C.. Em apoio a essas
ideias, Schwennhagen apresenta letreiros e inscrições como evidências,
afirmando serem em maior parte escritos com letras do alfabeto fenício e da
escrita demótica do Egito, observando encontrarem-se também inscrições com
letras da escrita suméria, antiga escrita babilônica, e letras gregas e mesmo
latinas
.
Schwennhagen cita Diodoro Sículo,
História Universal, Livro 5º, Cap.s 19 e 20 como exemplo de relato da primeira
viagem de uma frota de fenícios a ter atravessado o Atlântico e chegado às
costas do Nordeste do Brasil. Argumenta que, para esse fim, os navegadores
fenícios teriam recorrido às correntes marítimas, propícias para a travessia.
Schwennhagen afirma que a língua
tupi pertence à grande família das línguas pelasgas, sendo um ramo da língua
suméria. Em seu trabalho refere que as sete tribos da nação tupi residiam em um
país chamado Caraíba, um grande pedaço de terra firme localizado onde hoje fica
o mar das Caraíbas, onde se tinham refugiado da desmoronada Atlântida (na
primeira vez que se lê pode parecer que o cara talvez tenha usado dorgas, mas
se você pensar sobre o assunto pode quase parecer convincente, apesar de
ninguém até hoje ter provado que Atlântida foi real, tampouco alguém provou que
não existiu). Chamaram-se "Caris" e eram ligados aos povos cários, da
Cária, no Mediterrâneo. Em apoio a este conceito cita a História do Brasil de
Francisco Adolfo de Varnhagen, para confirmar a tradição de uma migração dos
Caris-Tupis de Caraíba para o norte do continente sul-americano, tradição que
sobrevive ou sobrevivia ainda entre o povo indígena da Venezuela. Cita também o
padre António Vieira, que afirma que os tupinambás e tabajaras contaram-lhe que
os povos tupis migraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos de um país não
mais existente.
O país Caraíba teria desaparecido progressivamente, afundando
no mar, e os tupis salvaram-se rumando para o continente. Os tabajaras
diziam-se o povo mais antigo do Brasil, e se chamavam por isso
"tupi-nambás", "homens da legítima raça tupi", pagando o
desprezo de parte dos outros tupis, com o insulto "tupiniquim" e
"tupinambarana", tupis de segunda classe. Sempre se conservou a
tradição de que os tupis tinham sete tribos, segundo o autor. Diferencia também
o povo tapuia do povo tupi, dizendo serem os tapuias verdadeiros indígenas
brasileiros.
Escritos da Pedra da Gávea, que seria o túmulo do rei Badezir, que aparentemente foi expulso da cidade de Tiro. Não é difícil, portanto, imaginar Badezir virar Brasil. |
De acordo com Schwennhagen, o
continente americano é a lendária ilha das Sete Cidades. Diz o autor que tupi
significa "filho ou crente de Tupã". A religião tupi teria aparecido
no Norte do Brasil cerca de 1050 a 1000 a.C., juntamente com os fenícios,
propagada por sacerdotes cários, da ordem dos piagas. Os piagas (de onde deriva
pajés) fundaram no Norte do Brasil um centro nacional dos povos tupis,
denominando Piaguia a esse lugar, de onde formou-se o nome Piauí. Esse lugar
era as Sete Cidades (hoje Parque Nacional de Sete Cidades). A Gruta de Ubajara
teria sido fruto de escavações para retirada de salitre, produto comercializado
pelos fenícios. A cidade de Tutóia no Maranhão teria sido fundada por
navegadores fenícios e por emigrantes da Ásia Menor que chegavam em navios
fenícios, que escolheram o local para construir uma praça forte, de onde
dominariam a foz do rio Parnaíba.
Em 13 de Setembro de 1872 foi
encontrado em Pouso Alto, às margens do Parnaíba aquilo que foi apontado como
sendo escrita fenícia. Naturalmente os debates ocorreram, e ainda ocorrem,
quando se refere à sua autenticidade, uma vez que não foram poucas as
tentativas de fraude ao longo da história. Contudo, em 1960, certo especialista
americano, respeitado em línguas mediterrâneas, reconheceu sua autenticidade e
traduziu:
Somos filhos de Canaã, de Sidon, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hirão, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui, 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor.
Cyruso H. Gordon, que traduziu a
citação acima, era de opinião que por serem encontrados elementos da linguagem fenícia
que eram desconhecidos no século XIX (época da descoberta do texto).
No Livro “Before Columbus”, o
professor Cyro H. Gordon, que publicou também a primeira gramática da língua
ugarítica, afirmou que a origem do nome Brasil é fenícia, de acordo com seus
estudos “BRZL” em ugarítico e outras línguas semíticas, significa ferro.
Diversos dicionários também se referem a Brasil como mineral monométrico,
sulfeto de ferro, piritas de ferro, tipo de ferro de cor amarela e brilhante,
entre outras denominações do gênero. Ele afirmou também, que expressão inglesa
“hard as Brazil” (tão duro como Brasil), refere-se mais à dureza do ferro, do
que a do pau-brasil.
Gordon não parou por aí, ele
complementou suas explicações dizendo que no antigo folclore irlandês, existem
referencias sobre a “Hy Brasil” (Ilha do Brasil) no Atlântico, além da Irlanda,
e que este nome é fenício (Î BRZL – Ilha do Ferro), e que as lendas ainda
mencionam o desaparecimento no fundo do mar das ilhas Hy Brasil, e Atlântida,
um traço típico dos fenícios que mantinham a política de manter sobre segredo
absoluto sobre suas fontes de riquezas, evitando a concorrência e garantindo o
domínio do mercado. Gordon disse que até durante o tempo de Colombo, os
exploradores europeus do Novo Mundo, procuravam pela Ilha do Brasil.
Se a referida Ilha do Brasil fez
parte da atual Brasil, não se tem certeza, porém, nenhum outro lugar do mundo,
merecia esse nome mais do que o Brasil, onde um dos seus principais recursos
naturais continua sendo o ferro, onde o estado de Minas Gerais detêm 25% das
reservas de ferro do país.
As navegações marítimas dos
fenícios, não visavam apenas o comércio, mas também a coleta de recursos
minerais necessários para as tecnologias internacionais.
Gordon ainda fez um comparativo
interessante sobre os nomes de certos lugares na antiguidade, e como exemplo,
citou que na Idade do Bronze, três áreas tinham nomes associados ao metal pelo
qual era famoso:
- Núbia (nbw em egípcio) = rica
em ouro.
- Hatus, capital do império
hitita (prata em ugarítico)= rica em prata.
- Cyprus, ou Chipre em português
(kypros em grego) = rica em cobre.
- Ilhas Britânicas (eram chamadas
de Tin Isles ou ilhas do estanho) = rica em estanho.
- Barzel (ferro na maioria das
línguas semíticas, inclusive árabe e hebraico) = rica em ferro.
Não se esquecendo de que a
expansão dos fenícios, coincidiu com a passagem da era do bronze para a era do
ferro, o que levou o professor a supor que deveria ter existido uma terra “rica
em brazil” em algum lugar do Atlântico, talvez incluindo uma parte do Brasil de
hoje, assim, como na época do bronze, existiram lugares chamados “ouro”, “prata”,
“cobre” e “estanho”...
Bem, é isso pessoal, o que
acharam? Os fenícios realmente estiveram na nossa terra dos brazilis há
milhares de anos atrás? Tudo é possível não é mesmo? Eu diria que é uma pena
não terem ficado. Até o próximo post, mis amigos.
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